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Somos a E.B.Dr. Afonso Rodrigues Pereira e vamos publicar alguns dos textos que escrevemos,trabalhos que fazemos, notícias que tenhamos para dar... Também estamos na net!

13.4.05

UNS ÓCULOS P'RÓ SÁBIO


Era uma vez um Sábio muito curioso, que possuía uma grande sabedoria.
Ele era capaz de resolver qualquer enigma, mas... devido a um acidente ficara muito esquecido. Ele estava tão esquecido, que passava dias a fio a relembrar e a relembrar os seus feitiços, para evitar as suas habituais falhas de memória.
Este Sábio vivia no 1º andar de uma loja de magia, que era sua, situada mesmo em frente a uma ponte que dava para a outra cidade.
Aí, o Sábio fazia magia e vendia artigos mágicos para dar saúde, sorte no amor, no dinheiro, entre outras coisas que os comuns humanos tanto ambicionavam...
O seu animal de estimação e seu ajudante era um pequeno e domável touro, ao qual lhe deu o nome de Bull, que tal e qual como o seu dono, era muito inteligente, mas... nada esquecido!
O Sábio, certo dia, depois de pensar muito no seu problema dos lapsos de memória, teve uma grande ideia:
-Já sei Bull!... Já sei como vou solucionar o meu problema. Só preciso de ir ao “Mundo dos Feiticeiros”, comprar livros de magia, e depois... é só consultá-los! - exclamou o Sábio, com um sorriso de orelha a orelha.
E lá foi ele. Fechou a loja à hora do costume, às oito em ponto, abriu a porta das traseiras rumo ao “Mundo dos Feiticeiros”.
Foi até à loja da Bela, a vendedora de artigos mágicos, e aí perguntou:
- Boa noite Bela, tens livros de magia?
A Bela respondeu:
- Boa noite, Maiorca, claro que tenho livros, mas... vens prevenido?!
Olha que são todos ao mesmo preço, ou seja, a 25 Sapos. Tens dinheiro suficiente?
- Tenho sim, tenho 250 Sapos, portanto vou levar dez livros.- disse o Sábio, estando já a pensar... em quais iria levar.
- Bom, Maiorca. Já decidiste quais os livros que vais levar?- perguntou a Bela, muito sorridente e com o seu bom humor. Queres dez livros... hum... agora é que vais ter clientela!
- Deixa-te de observações e dá-me aquele de Herbiologia, ao lado o de Terralogia, Eurologia, Aqualogia, Politicalogia, Voologia, Trovanologia, Mentalogia, Labaredologia e Fonologia.
O Sábio, não resistindo à sua curiosidade, sentou-se num banco na loja da Bela e começou a ler... a ler pela noite dentro. Quando se apercebeu, já eram horas de abrir a sua loja mágica. Não tinha dormido nada! Como iria fazer? Bem, mas como trabalho é trabalho, o nosso amigo lá teve que ir comerciar os seus produtos e fazer magias.
Durante o dia, reparou que estava com sérios problemas: dores de cabeça, visões alucinantes, via tudo ao contrário, tudo duplicado.... O Sábio julgou que era apenas uma enxaqueca por não ter dormido nada, mas o seu estado de saúde continuou a agravar-se.
Foi então que ele começou a pensar que os livros não foram uma solução para os seus problemas, mas continuou a trabalhar arduamente, até que...
- Mestre Maiorca, já pensou em ir ao Dr. Doc?- lembrou o touro. É que, como você possui o dom da sabedoria, já devia ter-se lembrado disso.
- Desculpa Bull, não te lembras que tenho falhas de memória?! Nem sequer me lembrei dele, mas tens razão, eu tenho um problema grave que não consigo resolver com os meus pozinhos plim,plim. Por isso, o meu caso deve ser mesmo clínico e vou ter que o resolver. Vou ao “Mundo dos Feiticeiros”, ao Dr. Doc, ver o que é que se passa comigo. Mas, Bull só lá vou amanhã à noite porque agora vou dormir. Bons sonhos, Bull!- respondeu o Sábio Maiorca, meio a bocejar, depois de um dia inteiro de trabalho.
No dia seguinte, já à noitinha lá foi ele para aquele mundo...
Mal chegou à clinica do Dr. Doc, disse logo para a enfermeira:
- Pepper, quero que me arranjes uma consulta já para o Dr. Doc, é um caso muito urgente, vá lá!- exclamou o Sábio, com um ar stressado.
- Está bem, Maiorca, mas vais ter de esperar aí uns quinze minutos, porque o Dr. está a atender um paciente.- disse a Pepper, a olhar para uns papéis relacionados com a clínica.
Quinze minutos depois, quando o Sábio entrou no consultório, o Dr. Doc perguntou- lhe o que tinha. O Sábio lá foi dizendo que para além das suas falhas de memória, agora também tinha problemas graves de visão.
- Ser ou não ser, eis a questão meu amigo! Não sei o que isso é, mas por agora vou recomendar-te que comas em todas as tuas refeições uma sopa de pernas de rã com olhos de morcego para alimentar a tua memória, e quanto aos teus problemas visuais..., recomendo-te que vás a um oculista escolher uns óculos, mas de preferência aqui no “Mundo dos Feiticeiros”, porque tenho quase a certeza que lá fora, no outro Mundo, não encontrarás melhores óculos.- recomendou o Dr. Doc, com um ar muito atrofiado e preocupado.
No dia seguinte, o Sábio começou por comer a sopa e, à medida que a ia comendo, ia perguntando ao Bull:
- Ouve lá, isto sabe assim tão mal, ou és tu que cozinhas pessimamente?- perguntou com um ar de vómito.
- Mestre Maiorca, siga o provérbio ao contrário:” Perdoe o mal que lhe sabe pelo bem que lhe faz”.- respondeu prontamente o Bull.
- Está bem Bull, vou comê-la... Agora tenho outras preocupações, como por exemplo,
encontrar uns bons óculos para mim.- observou o Maiorca, já tendo acabado de comer a sopa.
- Pois claro Mestre, e já agora, quando é que fecha a loja e faz um intervalo para ir comprar uns óculos para si?- perguntou o Bull, almoçando um belo fardo de feno.
- Bom, Bull, para ser sincero, também já andei a pensar nesse assunto e talvez a vá fechar logo a seguir ao almoço, ou então, talvez logo à tarde ou até mesmo só amanhã. Logo verei. - afirmou com um ar muito pensativo o Sábio.
- Pois eu não estou de acordo. Porque é que não deixa a loja aberta aos clientes até às 15:00? Depois, deixe-a comigo e vá ao oculista comprar os seus tão necessitados óculos.- sugeriu o Bull, com um ar muito sorridente.
E assim foi. O Sábio deixou a sua loja de magia entregue ao Bull e lá foi ele à procura dos seus óculos.
Mal chegou à loja, no “Mundo dos Feiticeiros” veio logo uma mulher:
- Boa tarde, meu senhor, acabou de chegar ao Centro Óptico “The Glasses”. Eu sou a dona, a Dra. Erna IV, em que o posso ajudar?- cumprimentou a velha e alegre senhora.
- Eu preciso muito de uns óculos, mas... não sei se me irão resolver o meu problema de visão. Terão que ser uns óculos muito especiais e cheios de... SABEDORIA!
- Você parece-me familiar, por acaso não se chama Sábio Maiorca, aquele ali da loja mágica em frente à ponte?- interrompeu –o Erna IV, surpreendendo o Sábio.
- Sim, o próprio. Conhece-me?!- perguntou o Sábio.
- Deixemo-nos de conversas. Você disse, SABEDORIA?! Vou buscar-lhe o que tanto precisa, ou seja, os óculos especiais da Sabedoria, que o seu Bisavô deixou à minha Bisavó Erna I.
E lá foi ela...
O Sábio, boquiaberto, ficou paralisado e sem pronunciar qualquer palavra. Só lhe restava esperar e ver do que se tratava...
A Dra. Erna IV quando regressou disse:
- Aqui estão eles. Foi o seu Bisavô que pediu à minha família para guardar no cofre estes óculos, pois um dia alguém viria cá comprar uns especiais, cheios de sabedoria! O Senhor Sábio disse a palavra-chave SABEDORIA, por isso foi o escolhido. Aqui os tem e...boa sorte!
Intrigado agradeceu e foi-se embora com os seus novos óculos.
O Sábio assim que os colocou, sentiu-se como nos velhos tempos em que não tinha falhas de memória nem problemas de visão. Sentia-se com muitos poderes e, claro, iria fazer uso deles!
O seu negócio passou a correr melhor que nunca; ganhou fortunas, comprou um avião particular; viajou imenso com o seu inseparável amigo Bull e, com a sua Sabedoria, ajudou a Humanidade na prevenção de catástrofes naturais entre outras obras de ajuda humanitária.

Trabalho elaborado por:
João Gonçalo 6ºD e Filipe Proença 6ºD